Entre Vês e Efes
Sinto falta da virgem folha branca roçando
Sinto falta das velas e dos violões
Sinto falta do vento frio virando vida
Sinto falta de ver feixes fatiados pela fumaça e ar
Sinto falta da face virada dos olhos fechados
Sinto falta de verdadeiras promessas falsas de um porvir
Sinto falta da velha felicidade que esvaneceu na infância
Sinto falta dos verdes mares dos floreados pomares
Sinto o vinho que vai abaixo e então
Falta v....
Carta Aberta à Paula
Querida Amiga,
O infinito
Carta Aberta à Luiza
Dani
A passagem do tempo e a imprevisibilidade do fim provocam inquietações no ser humano desde os primórdios de sua existência. A dificuldade de lidar com a finitude da vida sempre esteve presente na história da humanidade. A certeza da morte gera incalculáveis incertezas, anseios e medos sobre a vida. Porém, ainda que esta pauta seja constante, a forma com que se percebe o tempo e, conseqüentemente, o viver e o partir, está em eterna mutação, juntamente com a evolução da sociedade.
A idéia impulsora do presente projeto é trazer, em linguagem teatral, a discussão dessas questões dentro de uma situação cotidiana. Estabelecer um diálogo com os Questionamentos da sociedade contemporânea a partir de diferentes perspectivas, representadas pelas personagens Viola (avó) e Melissa (neta).
Escolher duas personagens com idades tão distintas permite não apenas um embate de diferentes compreensões de mundo, mas também trazer a tona um tema pouco tratado – da inexistência de idade para falecer, nem para recomeçar. Uma terá de partir, a outra ainda tem tanto a viver. Mas a vida, assim como a morte, não é óbvia, nem segue os caminhos que imaginamos.
A peça será, destarte, ponto de partida para uma compreensão mais humana da velhice e menos displicente da juventude. A possibilidade de conciliar-se com a fragilidade da existência, na confiança de que somos – todos e somente – humanos.